quinta-feira, 25 de abril de 2013

não ia dizer nada

No dia 25 de abril de 1974, o meu pai era um monstrinho de berço e a minha mãe ainda nem era um projeto de vida. Portanto, se estiverem na posse de todas as vossas faculdades mentais, compreenderão que eu ainda não existia e, consequentemente, o 25 de abril de qualquer ano não é para mim mais do que um feriado em que tudo quanto é político decide fazer discursos chatos que são sempre mais do mesmo.

Confesso que nunca gostei de história e que isso me limita um pouco a opinião sobre o assunto, mas não é preciso saber-se muito disto para perceber que não ganhámos tanto assim como fazem crer. Nessa passagem da ditadura para a democracia, a liberdade é quase uma ilusão se pensarmos bem.

Deram-nos voz, mas não nos dão ouvidos. Pode até já não existir a pide para prender os que arriscarem manifestar-se, mas nunca vi uma manifestação a dar outros frutos que não os desacatos entre os manifestantes e a polícia. Ainda assim, as pessoas acham que agora são livres para fazerem e dizerem o que quiserem. Porque é que ninguém repara que continuamos a não ter opção de escolha? Pffff.

2 comentários:

somaijum disse...

É tudo verdade, embora a miséria de hoje não tenha comparação com a de antes do 25 de Abril. Mas a liberdade de hoje quase se resume a sermos livres de escolher a esquina onde vamos morrer.
De resto o 25 de Abril para os jovens de agora, deve ter o mesmo significado que tinha para mim o 5 de Outubro. Ninguém pode imaginar com rigor uma história que não viveu.

Mas deu-te agora para te preocupares com isso? xD

patrícia disse...

Tive de fazer uma composição sobre o regime político atual, e com a televisão, acabei por me lembrar :)