segunda-feira, 17 de junho de 2013

o que de mais certo o incerto tem

Enerva-me essa gente que tenta controlar tudo. Que marca encontros a horas exatas e que não se atrasa nem um segundo, não vá isso ser um mau presságio; essas são as mesmas pessoas que não conseguem ver uma madeixa de cabelo fora do sítio e que entram em pânico quando têm o verniz lascado. Ainda se dão ao luxo de apagar e voltar escrever várias vezes a mesma palavra, só porque a letra não ficou bonita. Como se isso fosse o mais importante. Como se o mundo parasse de girar por tudo não estar perfeito. Como não fosse melhor chegar atrasado do que não chegar nunca. Sei lá. Mesmo os que fazem tudo errado, em algum momento, acabam por acertar. E mesmo esses que não chegam a lado nenhum à hora marcada, acabam por chegar a algum lugar. É uma questão de tempo até que aprendam a acertar o relógio e o passo só pelo prazer de se desacertarem outra vez. Ouça-nos. Eles sabem. Eles sabem que mesmo esses que andam desencontrados, um dia também se encontram.

Só não têm pressa.

1 comentário:

somaijum disse...

Dentro de um certo contexto (aquele que se calhar está correto), não deixas de ter razão. Afinal o tempo só é dinheiro na perspectiva economicista ou capitalista, ou o caraças. E à conta disso, vivemos com o nosso tempo completamente desfasado. Andamos a correr quando o que nos apetecia era estar sentados a ler o "Borda d'Água" a ver se chove daqui por 6 meses e quem ganha dinheiro com o tempo, com o nosso tempo, são os inventores do trabalho, esses crânios que um dia descobriram um modo de viver sem "vergar a mola". xD