domingo, 23 de junho de 2013

oh deus

Mordo o lábio, cravo as unhas na palma da mão. O sangue escorre, vejo-o a cair no chão.

Tento contrabalançar todos os momentos bons que passei a teu lado com aqueles em que me magoaste, mas não consigo. A desilusão berra-me aos ouvidos, diz-me que é hora de fechar a porta e seguir em frente. Ao invés, o estúpido do meu coração gritante, pede por ti, mais uma vez.
Queria fazê-lo abrandar, explicar-lhe que às vezes temos de desistir de tudo o que é realmente importante para nós. Queria dizer-lhe que o amor não faz com que a desilusão se esvaia e desta vez foste longe demais.
Cerro os dentes. Apetece-me bater-te por tudo o que me disseste, por tudo o que calaste. Apetece-me bater a mim própria por continuar a desejar-te, ainda assim. Como é que é possível?
Engano-me a mim mesma. Repito em frente ao espelho que não quero saber de ti, mas quero. Desengano-me quando me permito a pensar. E penso.
Penso que te amo e tenho que te esquecer. É imperativo que se esqueça quem se esqueceu de nos amar.
E eu vou conseguir.
Continuo a descobrir pérolas, datadas de 2011, que duas amigas minhas iam publicando no fb. Senhores. Eu não era esta pessoa. Eu estava possuída. Não sei, mas se daqui a 2 anos eu ler aquilo que escrevo agora com tanto desdém, estamos mal. Muito mal mesmo.

2 comentários:

somaijum disse...

Não é preciso tanto tempo. Ao fim de 5 minutos já mudava parte dos textos mais sérios que escrevo. Toda a gente sente o mesmo. Escritores famosos não escrevem "de carreirinha". Escrevem, apagam, voltam a escrever, voltam a apagar e depois do livro sair, não o leem.
O Lobo Antunes disse-o numa entrevista e, na altura, fiquei banzado. Ainda não tinha blog(s) e achava que eles eram uns génios, que começavam a escrever e escreviam tudo à primeira. xD

Invisível disse...

Podes não ser essa pessoa, mas adorei o texto, apesar de provavelmente para ti se tratar de um ataque de raiva estúpido eu vejo-o como um texto brutal. :)