quarta-feira, 11 de setembro de 2013

reflexões

Há dias em que a vida me parece uma mentira tremenda, como se não fizesse o menor sentido. Parece-me quase absurda a nossa passagem pelo mundo, porque tudo o que se passa entre o dia do nosso nascimento e o dia da nossa morte, é uma ilusão. 

Que sentido faz? Nascemos, crescemos, inventamos uma personalidade à pressa que vai sendo moldada com o tempo, até fazer de nós bonecos imprestáveis como que acabados de sair de uma fábrica que nos faz todos iguais. E então, fingimos que podemos ser diferentes, tentamos ser os melhores das piores maneiras - tentamos ter a maior casa, o melhor carro, o emprego mais importante, os filhos mais especiais. Vamo-nos convencendo com o tempo de que somos felizes, sabendo que a ampulheta é virada ao contrário no dia no nascimento, e o objetivo da nossa vida é só reproduzirmo-nos antes que o tempo se esgote. Tudo o resto que fizémos - se fomos ricos ou pobres, boas ou más pessoas, importantes ou insignificantes - morre connosco. Ninguém vai querer saber; como se tivessem destapado o ralo da banheira e já tivesse desaparecido a última gota: nunca existimos.

E é para isto que nós vivemos? É para isto que tentamos ser mais e melhores? Parece-me um objetivo muito triste. Ou então sou só eu que hoje não tenho vontade de viver.

4 comentários:

somaijum disse...

Não achas que esta é uma visão muito redutora do ser humano e da própria vida?
Tenta encarar a vida de modo a que o importante não seja sermos importantes aos olhos dos outros.
É certo que a sociedade tenta moldar-nos de acordo com padrões que nos levam a sermos como dizes. Mas só perdemos a nossa individualidade, se cedermos à vontade coletiva, se nos deixarmos transformar em autómatos, se aceitarmos que a felicidade está naquilo que nos querem impor todos os dias.
Tens de aprender a gostar de ti. Acho que não vai ser muito difícil se puseres de lado aquilo que os outros pensam de ti (ou que pensas que eles pensam de ti) e valorizares o que tens de melhor.
Bom, mas isto dito assim, pela milésima vez, soa a sermão e eu sei que não gostas de sermões.
Andas em baixo... estás a precisar de arejar, de limpar essas teias de aranha. :-)

patrícia disse...

É um facto... acho que isto sou só eu desiludida com o mundo e a amaldiçoar tudo :/
Espero que, noutra altura, noutras circunstâncias, eu consiga mesmo ver isto de outra forma.

fusion disse...

Também espero. Não podes viver para sempre contra o mundo. Não penses que adoro esta merda e que vivo feliz e contente com tanta escumalha à minha volta. Mas vou fazer o quê? Tento encontrar alguma coisa a que me agarrar e muitas vezes faço de conta que está tudo bem, mesmo sabendo que está tudo mal.
Temos que conseguir uns momentos de paz, nem que seja a dar marteladas na cabeça, para sentir o alívio nos intervalos de cada martelada.
Temos que ir sendo felizes aos bocadinhos, já que não conseguimos sê-lo a tempo inteiro.
Às vezes é difícil, caralho. É mesmo muito difícil... :(

patrícia disse...

Eu sei. Mas há dias em que é mais fácil de ignorar isso tudo e ir em frente, com as ideias no sítio. Ultimamente tem sido complicado :s