quarta-feira, 23 de abril de 2014

breathe in, breathe out

Há um primo meu, daqueles primos afastados a quem só chamamos primos porque as nossas avós nos explicaram a consanguinidade das nossas famílias vinda do tempo dos dinossauros, que, depois de ter estado imenso tempo sem me ver, ficou fascinado. Não, a sério, não estou a gozar - sabe deus, aliás, sabem vocês, do quão má a minha autoestima é, mas eu juro que temi que o moço se esquecesse de que acabaríamos por ter descendentes ainda mais deficientes do que nós e me violasse ali - que eu tinha crescido imenso, que estava muito diferente, que tinha ficado mais bonita. Essas tretas que se dizem quando nem se sabe muito bem o que dizer.

Daí para cá, o rapazinho, começou a ser todo querido para mim, de uma maneira um tanto ou quanto desconfortável porque se nota que ele só fala para não estar calado e eu não sou propriamente perita em manter boas conversas com pessoas com quem não simpatizo particularmente. No sábado, encontrei-o e fui cumprimentá-lo. O que é que ele se lembra de dizer? 

Cresceste, já nem tenho de me baixar para te cumprimentar!

O que acontece é que ele tem mais meio metro do que eu e mesmo que me espetasse um beijo no alto da pinha, teria de se continuar a curvar para lá chegar. Além de que, foda-se, eu já disse que não cresço desde os 13 anos, párem lá de fingir que eu fiquei com esta altura da noite para o dia! Se é só para manter conversas da treta, perguntem-me pelo tempo, pela novela das sete, pelo que comi ao pequeno almoço do 25 de abril de '75, mas não venham com merdas sobre eu ser alta. Agradecida.

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