terça-feira, 2 de setembro de 2014

that awkward moment

Assim que entrei no centro de emprego, vi que o rececionista era um pequeno com uns dois metros de altura e quatro de largura, com o ar austero de quem preferia estar a tirar cera dos ouvidos da sogra com a lígua a estar ali. 

A imagem que eu tive do homem não melhorou quando o ouvi falar com uma mulher. Era, declaradamente, um brutamontes. Mas eu estava sozinha, meio desorientada, sem saber o que é que era suposto fazer e onde é que era suposto ir; fui-lhe pedir informações.

O homem foi super simpático e eu acabei por me sentar na sala de espera a pensar como às vezes as pessoas nos surpreendem. Passado um bocado, inclinei a cabeça de encontro ao pilar que ficava ao lado da minha cadeira, porque me sentia capaz de adormecer a qualquer momento. Mais ou menos nessa altura, reparei que o homem estava a olhar para mim e até inclinou a cabeça, enquanto me sorria. E eu continuei a vê-lo ser bruto pra caralho e a olhar para mim de vez em quando.

Okay. Podia ter sido impressão minha, num é? Não foi. Não foi, porque ele se cruzou comigo assim que eu saí do gabinete onde fui atendida e voltou a desfazer-se em sorrisos. Já está? Já, já estava a postos de me meter a fugir dali a sete pés, já. 

Das duas uma: ou sou tão boa que ando por aí a partir corações, ou o homem apercebeu-se de que eu tenho um atraso mental. Pequena pista: sou uma lontra obesa e anormal. Fim.

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