domingo, 15 de março de 2015

tirei um peso das unhas

Andava espantada com este lado girly surgido do nada; qualquer pessoa que me conheça bem sabe que eu sou tão menina quanto o zezé camarinha e eu ainda não tinha percebido que raio de surto psicótico teria desencadeado a minha vontade súbita de fazer unhas de gel, há uns meses atrás.

De qualquer forma, acho que já não vou a tempo de perceber - hoje, tirei-as sem dó nem piedade. Sou demasiado inconstante para me aguentar um mês com as unhacas da mesma cor, com os mesmos desenhos, sem começar a evitar olhar para elas, ou a fazê-lo com desdém, porque não tenho dinheiro para as fazer duas ou três vezes num mês nem concebo ir vender o cu para andar com as garras bonitas.

E bateu aquela saudade das minhas unhas pretas, de verniz sempre estalado, e peles à volta; é uma imagem muito pouco bonita e ainda menos feminina, mas é a minha própria imagem; nunca fui de perfeição extrema nem de partes intactas. Sou um todo estranho e absolutamente desarranjado mas já não quero saber. Prefiro essa maneira aleatória de ser, sem planos, sem regras e, sobretudo, sem pretensão de parecer imaculada. Não sou, nem quero ser.

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