segunda-feira, 25 de maio de 2015

sobre as terapias de choque

Por mais que tente, juro que não consigo situar na minha história o momento em que passei a ter medo de andar de elevadores, mas aconteceu - e não é o elevador em si, é a ideia de ficar trancada naquele cubículo apertado. 

Ora, estou entre a espada e a parede - ou, usando o meu motto preferido em noites de bebedeira, se tudo correr bem, vai dar merda. Só que, desta vez, não mete álcool: mete elevadores. Se tudo correr bem, terei de me habituar à ideia de que não posso continuar a correr escadas acima, alegando que não tenho ido às aulas de step. É só meio triste.

E então, fazem-me terapias de choque: enfiam-me no elevador e metem-se aos saltos. Eu não sei se me borro ou se tenho um piripaque qualquer, ou se faço ambos em simultâneo, e então, na dúvida, agarro-me a quem estiver mais perto e rezo três pais nossos e cinco avé marias até que a puta da porta abre - já alguém pensou, assim na pura da loucura, em não deixar que as portas dos elevadores demorem mais do que dois segundos a abrir? - e eu reencontro a paz e a harmonia até me lembrar de que quero fazer disto vida.

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