domingo, 6 de março de 2016

ainda não foi desta que faleci

Dizia-vos eu, há uma semana atrás, que estava tão habituada a dias maus que começava a ter medo de comemorar os dias bons - e estava certa, pois tá claro! A seguir a duas horas de alegria veio mais uma semana de tempestade. E continua.

O mal de se gostar tanto de alguém é que queremos sempre desculpar, mesmo o que não tem desculpa. Apegamo-nos a um qualquer momento bom, nem que se tenham passado meses, décadas, sei lá, e concentramo-nos em tentar recuperar isso; não têm havido muitos momentos bons na minha vida nos últimos meses. Na verdade, ele era mesmo a única coisa boa nos meus dias iguais, mas perdê-lo não significa só perder os 30 segundos de felicidade em 24h de enfado - significa perder a pouca capacidade de confiar e a réstia de autoestima que ainda me restava. Significa destruir esse bocadinho que ainda estava intacto.

O mal de se gostar tanto de alguém é perder o norte numa altura tão complicada, numa situação tão difícil de julgar quanto esta; não é fácil estabelecer limites, saber até que ponto é ou não perdoável, meter-me no lugar dele. É difícil determinar aquilo porque tenho estado a lutar; não sei se é pela reconciliação ou pelo sossego de entender onde é que errei, embora entenda que perdi a confiança e a vontade de ficar aqui à espera de que ele se lembre de que nunca me fui embora.

O que nos acontece na vida não nos define, mas o que fazemos em relação a isso diz tudo sobre nós - e eu lamento ter chegado a este ponto. Lamento sentir-me a desistir. Lamento, juro que lamento, não aguentar mais - foi por o tentar ajudar que acabei por ser eu a precisar de ajuda. Mas, ao contrário dele, não tenho ninguém lá para mim.

E é por isso que desisto.

1 comentário:

Anónimo disse...

De que tipo de ajuda precisas?
Só não me peças dinheiro. ahahah