domingo, 13 de novembro de 2016

e a sorte, cinderela?

Tenho para mim que, aquando do meu nascimento, o diabo fez um contrato com o azar para garantir que me enfernizariam a torto e a direito - e tem cumprido.

Vocês não sabem, mas eu até tenho sido uma boa gaja: tenho conseguido maquilhar-me e andar com o cabelo arranjadinho na maior parte dos dias. Quase todos os dias, praticamente.

No entanto, houve um dia da semana passada em que eu acordei tarde, desgrenhada e com um humor de merda. Levantei-me, vesti-me e saí, com ar de múmia, desmaquilhada e sem me pentear. (Convém explicar que tenho um cabelo difícil porque é meio ondulado, logo só tenho duas opções quando ele está seco: pentear-me ou esticá-lo. Uma vez que eu já estava atrasada e ele passa o dia apanhado, não me pareceu grave ir mesmo assim.)

E quem é que voltou às urgências exatamente nesse dia?
O interno giro e fofo - o único interno a quem eu acho piada naquele hospital e em quem eu não metia a vista em cima há semanas. SEMANAS.

Não, eu não acho que o moço ia descobrir que eu sou o grande amor da vida dele só por eu ir arranjadinha - mas eu iria sentir-me menos mal de cada vez que o apanhasse a olhar para mim.

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