sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

o outro lado do mundo é ali ao virar da esquina

Assim que olhei para ele, tive a sensação de já o ter visto antes - com uma marca algo peculiar na cara, seria mais ou menos improvável que o estivesse a confundir com alguém. A sensação perdurou durante toda a entrevista, bem como no dia seguinte em que, já doente e sem pachorra, aceitei passar o dia com eles para perceber o que é que eles faziam.

Por achar que algo não batia certo e, essencialmente, por não ser capaz de me imaginar a ganhar dinheiro fácil iludindo as pessoas, não aceitei o emprego e nunca mais pensei nessa sensação de déjà vu quando meti os olhos em cima do meu ex-futuro-patrãozinho.

Até hoje.
Tendo experimentado o tinder há uns meses, hoje lembrei-me de o reinstalar - está com uma bug qualquer e não funciona, então estive só a ver a minha lista das matches em jeito de festinhas no ego porque, vá, quer a intenção fosse só fazer-me um assalto à cueca, quer já me imaginassem a ir ao encontro deles ao altar, vestidinha de branco, não me posso queixar.

E foi assim que eu me apercebi que quase acabei a trabalhar para uma das minhas matches do tinder - nunca conversámos mas está lá, em jeito de prova. Largos meses antes de eu sonhar sequer que algum dia ele me iria fazer uma entrevista para um emprego... parece que gostámos um do outro numa app manhosa.

(btw, pessoalmente é mais baixo do que eu, tem namorada e subiu na vida de forma que, de tanto me parecer duvidosa, me fez rejeitar um emprego. não, não era um bom moço para mim.)

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