domingo, 30 de abril de 2017

tu

[gosto de pensar no jogo de improbabilidades que nos juntou. gosto de pensar no nosso início leve, lento, despretencioso, na forma como começámos a gostar um do outro quase por acidente - trocaste-me as voltas à vida, deixaste-a do avesso. e, no fim de contas, percebo agora que é deste lado que ela é mais bonita.
fizeste-me estrear palavras e sensações. ensinaste-me a confiar, provaste-me que ainda há gente genuína e que vale a pena o risco; mostraste-me que as minhas teorias pouco valem na matéria do coração porque na prática o que conta é ser feliz sem medida. e, se hoje o sou, é porque te tenho comigo.
gosto de pensar que poderíamos nunca nos ter encontrado porque me sabe ainda melhor: não estamos juntos porque é fácil e dá jeito. estamos juntos porque conseguimos ultrapassar barreiras, lado a lado, até chegarmos aqui. e cá estamos nós: tu, o ser que é capaz de desmontar um computador mas não percebe como é que o telemóvel tira fotos a preto e branco. tu, que decoras cada frase dos teus vídeos preferidos, que sabes com exatidão todos os elogios que te fiz, que nunca te esqueceste da data em que te comprei dois pastéis, mas não sabes em que dia nos tornámos oficialmente namorados. nenhum dos dois sabe - foi num dia qualquer porque o que importa é que não acabe. e gosto ainda mais de ti por isso, meu amor, porque nunca poderia ter alguém ao meu lado que fizesse um par melhor comigo. e, mesmo que as tuas pernas sejam mais longas e os teus passos maiores, prometo continuar a caminhar ao teu lado. 
para sempre, seja o nosso para sempre o tempo que for.]

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