terça-feira, 22 de abril de 2014

sobre isso do crescer

Já não é a primeira vez que, e mais a propósito da carta de condução, eu me refiro ao facto de ainda me sentir demasiado novinha, mas graças a um post da ju, apeteceu-me esmiuçar o assunto até que vocês adormecerem.

Crescer é um tanto ou quanto assustador. Muito mais ainda quando percebemos que já temos liberdade para caminharmos pelo nosso próprio pé, sem ninguém a agarrar-nos a mão - passamos a vida toda a sonhar com isso mas quando acontece, temos vergonha de assumir que gostávamos de poder manter-nos mais um bocadinho na segurança da mão de quem nos ensinou a caminhar. Mas sabemos que não dá, que é hora de nos lançarmos no mundo, e isso é terrivelmente assustador.

Notei mais isso desde que tirei a carta. Foi nessa altura que eu percebi que estava mesmo a conquistar um tipo de independência que até então me era desconhecida, e que estava já com um pé nesse mundo onde as pessoas têm de ser muito mais responsáveis do que aquilo a que eu estava habituada. Não que me ache particularmente irresponsável ou imatura - tenho momentos de estupidez pura, tenho tendência para levar quase tudo para a brincadeira, mas é uma questão de feitio mesmo. Tenho a perfeita noção de que, a ser preciso, sei usar a cabeça e sei bem o que quero. Só não me sinto minimamente adulta porque não o quero ser. Ainda não.

O mundo lá fora não me assusta por completo mas, e apesar de até me desenrascar bem sozinha, ainda passo por aqueles cinco segundos de pânico do e agora, o que é que eu faço? de cada vez que me deparo com uma situação nova, porque isso tem sido cada vez mais frequente tendo em conta que é mais ou menos a primeira vez que experimento fazer a maior parte das coisas sozinha. E se, por um lado, ainda me sinto pequenina, demasiado pequenina, para enfrentar o mundo, por outro... só quero atirar-me de cabeça.

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