sexta-feira, 31 de julho de 2015

melhor que xanax

Também pode ser um sinónimo de mau vício - só durmo bem depois de ele me  ligar. E, de cada vez que o mando à vida e juro a mim mesma' deixo de dormir.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

never too old

Cruzei-me com um velho - não sou boa a avaliar idades mas acreditem, era um velho bem velho - que tresandava a erva e estava já a enrolar outro.

Deve ser este o segredo da longevidade.

ups

Há lá coisa mais triste do que ver um gajo gostoso e ele ter um terço ao pescoço?
Branco.
De plástico.

terça-feira, 28 de julho de 2015

déjà-vu

Está tudo errado outra vez - já não me lembro da última vez que me senti realmente bem e neste momento dava tudo para recuperar um bocadinho da paz e da sensação de que tinha alguém ao meu lado - mas até isso se fodeu agora. 

Oscilo entre momentos em que ninguém diria que se passa alguma coisa e momentos em que começo a chorar do nada - no comboio, na praia, no meio da rua, na cama. Estou sempre tonta; às vezes basta-me baixar e levantar a cabeça de repente. Outras vezes, estou sentada e acho que vou cair da cadeira abaixo de tão tonta que estou. Disfarço-o bem, é certo; é a segunda rodada que me servem disto. Sempre no verão.

Também dou por mim trémula, sem saber porquê. E não consigo dormir; acordo de hora a hora e levanto-me mais cansada do que quando me deitei - volta e meia, acordo a tremer descontroladamente e demoro até recuperar. Até o meu coração, que se habituou a bater como o das pessoas normais quando entrei no ginásio, decidiu voltar a andar permanentemente demasiado acelerado e ainda faz com que seja mais difícil eu adormecer.

Já para não falar que mais um bocado e sou barrada à porta do ginásio até ter feito exames - estão a ficar um bocado cansados de me ver à beira do desmaio. Eu também estou a ficar um bocado cansada disso, por acaso, mas tenho pouca vontade de repetir a bateria interminável de exames que fiz há uns anos para me dizerem que, mais uma vez, não fazem ideia do que se passa comigo. Com sorte, é só ansiedade.

Com sorte.

manual de sobrevivência para principiantes

Se estão tristes/chateados/ambos com alguém e vão sair para beber, tranquem o telemóvel numa caixa forte antes de sair e deixem-no em casa; caso contrário, vão acabar por fazer chamadas a meio da noite ou enviar mensagens, escritas em árabe, onde despejam todo o ódio/mágoa/estupidez que houver dentro de vocês.

E ainda escrevem coisas tipo nunca te disse isto, mas cheiras mal da boca. Pimba!
(ou isto podia ser a crónica de alguém que ainda nem arranjou coragem para reler uma mensagem que enviou no sábado, porque sabe que deu merda. o que vale é que já estava tudo fodido, anyway.)
[de tudo, o que mais me dói é saber que não sentes a minha falta. é saber que estás a fazer exatamente o que te pedi mas isso implicar a ausência definitiva. o que mais me dói é saber que eu estava certa - não te consigo perdoar por não me teres deixado escapar-te a tempo. não consigo esquecer que foste tu quem me segurou de cada vez que eu tentei fugir. devias ter-me deixado ir. devias ter-me ouvido de cada vez que te disse que precisava de me afastar antes de começar a gostar a sério. antes de ser eu, como sempre, a que sai magoada. mas fui ficando porque confiei em ti, porque eras - foste, és? - uma das melhores pessoas com quem me cruzei. porque, no fim de tudo, ainda te acho incrível, mesmo que não te perdoe, mesmo que tenha deixado de conseguir acreditar em ti. mesmo que tenhas deixado de te importar. mesmo que eu sinta tanto a tua falta que ainda fique de lágrimas nos olhos de cada vez que penso em ti. mesmo que haja um milhão de coisas que te quero contar mas tu já não queres ouvir. mesmo que te tenhas esquecido de mim. mesmo que me tenhas esquecido. eu ainda te adoro, mas ainda te odeio por não me teres deixado ir.
- eu seguro-te. tu ficas?, perguntaste.
eu fiquei.
tu largaste-me.]

segunda-feira, 27 de julho de 2015

breve história de uma lontra distraída

Dona lontra foi à praia, sozinha, e passou a tarde a oscilar entre momentos de tranquilidade extrema e momentos de deprimência profunda. Dona lontra foi quase que expulsa da praia durante aquilo que mais parecia uma tempestade de areia. Dona lontra decidiu aproveitar para ir atestar o depósito e consolar o coração destroçado e as banhas num big mac. Dona lontra pensou até em comer no próprio macdonalds, mas avistou gente conhecida ainda antes de entrar. Dona lontra fez uma conta mentalmente e decidiu que não queria conversar porque se estava a sentir mal naquele vestido, com o cabelo desgrenhado e, de qualquer forma, aquelas pessoas nem sequer gostam de lontras. Dona lontra pede um big mac e sai, com a carteira, o telemóvel, as chaves do carro, o saco do hamburguer e a bebida nas mãos. Dona lontra pousa o ice tea de pêssego em cima do tejadilho do carro momentaneamente e instala-se dentro do mesmo. Dona lontra continua deprimida e pensa em comer ali mesmo, no parque de estacionamento, sozinha, dentro do carro. Dona lontra muda de ideias e decide ir para casa, comendo as batatas pelo caminho. Dona lontra pensa em ir aviando a bebida também porque, afinal, o gelo vai derreter até que a dona lontra chegue a casa e o ice tea vai estar ainda mais aguado. Mas a estúpida da dona lontra muda de ideias; arranca. Dona lontra entra na rotunda e ouve alguém a apitar - ainda pisca os olhos aflita, mas sabe que está a fazer tudo direitinho como manda a lei e parte do princípio de que não deve ser para si. Dona lontra prossegue. Dona lontra, a meio da autoestrada, entra em pânico: esqueceu-se de acondicionar a bebida e a esta hora já deve ter o banco encharcado. Dona lontra apalpa o banco. Nada. Dona lontra olha para o tapete do lado do pendura. Nada. Dona lontra reflete; o ice tea ficou no tejadilho do carro. Dona lontra percebe, finalmente, o porquê da buzinadela na rotunda: todos queriam um adereço daqueles. Mas o mais triste de tudo: dona lontra encostou, assim que saíu da autoestrada, e numa esperança vã e absurda, ainda foi confirmar, não fosse deus ter metido uma mãozinha ao copo e a bebida ainda estar lá, direitinha, em cima do tejadilho.

Nem deus lhe valeu, deixem-me que vos diga. Nem deus.

domingo, 26 de julho de 2015

são vidas, pois são

Podia escrever uma coletânea de posts, alusivos ao suicídio, só para vos inteirar da merda em que a minha vida se transformou nos últimos dias a ponto de ter dado por mim a chorar, sozinha, dentro do carro enquanto devorava um mcflurry. Mas não o vou fazer. 

A minha vida não está fácil mas podia ser pior - bastaria, por exemplo, ser como a daquela senhora que hoje esteve a depilar as pernas à minha frente, na praia. Com uma pinça.

não estou a perceber

A gala do ídolos é sobre guilty pleasures mas eles não cantam uma única música vergonhosa - se fosse eu, ia acabar a cantar valesca popozuda ou a berrar que me levaram na má vida.

Gostava de ser assim, calminha.
Ou não.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

só me meto por caminhos apertados

Sou uma gaja de contrastes: por um lado, sinto-me suficientemente magoada para mandar o gajo para plutão e quero mesmo seguir em frente. Por outro, faço questão de falar sobre ele sempre que alguém se tenta aproximar demasiado e eu sinto necessidade de deixar claro que não estou disponível porque ele continua a ocupar o espaço de três elefantes na minha vida. E eu gosto dele.

Ainda que ele não mereça.

terça-feira, 21 de julho de 2015

outras confissões

Se alguém perguntar, jurarei a pés juntos que o fb do nerdzinho me apareceu do nada - não foi bem assim, mas ninguém precisa de descobrir que eu fiquei louca quando encontrei um amigo dele e só descansei quando enviei o pedido de amizade.

Desde esse dia que me sinto uma mártir sempre que me aparecem notícias da criatura no feed; não é por mal, mas eu acho que podíamos ter tido filhos lindos. Aliás, creio que seria até capaz de germinar um monstrinho que não nascesse com cara de joelho se ele tivesse a sorte de poder chamar pai a uma coisinha daquelas.

Já pensei em um milhão de desculpas para meter conversa, e já desisti de todas elas - sou demasiado socially awkward para ter direito a pousar o bico em tal criatura, que a esta altura já nem se deve lembrar de mim. Mas que dá vontade, dá.

Oh, se dá!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

confissões tristes

Fui para a praia, sozinha; pareceu-me francamente uma boa ideia, dado o meu estado e a minha necessidade de organizar as ideias. Levei um livro, como sempre, e instalei a peida no areal.

Em menos de nada, adormeci.
Acordei debaixo de um nevoeiro intenso, com o nariz super entupido, com o barulho do meu ressonar (seriously, eu passo 99% do tempo constipada, não tinha como não ressonar), enquanto dois gajos passavam por mim e o fio de baba me escorria pelo canto da boca.

Não entendo mesmo porque é que não tenho namorado.

domingo, 19 de julho de 2015

só o spotify nunca me deixa

E então numa dessas noites mesmo mesmo mesmo tristes, escolhi a playlist just cry, sad songs, e agora sinto que chegou a altura certa para espetar um objeto pontiagudo na carótida.

sábado, 18 de julho de 2015

we could have had it all

Ultimamente, quase encontro o amor em cada canto - hoje foi na equivalenza. 
Depois de quase me ter cobrado um euro a mais pela recarga de um perfume, o rapazinho - giro e simpático - comentou que teria de me levar a beber um café para compensar.

Não levou.
Foi pena.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

quando conhecemos um nerdzinho e não o podemos levar para casa

Não é que eu seja a pessoa mais sociável do mundo - que não sou - mas, lá pelo meio do sunset, conheci um mocinho giro e gostoso que eu sei lá, simpático como tudo e um claro candidato a pai dos meus filhos, que tinha acabado de se licenciar em engenharia informática.

Perguntou-me a idade; menti-lhe. Tentei convencê-lo de que era mais velha, muito mais velha, mas o meu arzinho de quem ainda arrota ao bolo do batizado não engana.

Confessei-lhe que tenho vinte anos. Responde-me, passado um bocado, com um tom profundo: tenho mais um quinto da tua idade.

Senti o amor.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

depois do adeus,

Eu já tentei ser uma boa blogger, já tentei voltar - escrever foi, durante muito tempo, a melhor maneira de me expressar, de me fazer ouvir. De me apaziguar as dores. Ainda o é, claro, mas sou perita em meter-me por caminhos apertados e em não saber o que fazer com a vida; ando nisto há meses. Nem sei o que fazer nem para onde me virar e, no meio do turbilhão de pensamentos, resta-me pouco tempo e energia para ainda saber como se faz para escrever com a alma do costume.

E é por isso que este blog fica em pausa, mais uma vez - talvez por uns dias, talvez por umas semanas. Talvez só por umas horas até - mas, neste momento, não posso assumir-me cinderela. Preciso de me reorganizar.
Até já.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

sometimes goodbye is the only way

[Cada fim do mundo promete sempre parecer mais doloroso do que todos os outros - e é, por ser parte do presente, por ser o agora que nos dói mais. São sempre mais difíceis esses fins do mundo que são os fins de tudo o que foi tudo por tanto tempo; talvez não seja ainda um ponto final ou talvez já o devesse ter sido há muito. Lamento-nos este amor, feito de água, que me escapa por entre os dedos por mais que eu o tente agarrar. Lamento-nos pelo momento em que nos perdemos e por todos os outros em que não te apercebeste que, mesmo deixando-me livre, me prendias com uma corrente suficientemente laça para que eu nunca lhe tenha tentado fugir. E hoje é mais um desses eternos fins do mundo porque decidi matar um amor já moribundo - um copo de veneno diluído em lágrimas e mágoas, um adeus que me arde no peito, e tomo-o todo de um trago só. Foi só a mim que matei. Fui só eu que te morri.]

pós-sunset

A avaliar pelo estado em que o lenço fica de cada vez que eu me assoo, desconfio de que snifei um preto.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

my precious

Podem pensar que eu não valho nada mas, hoje, um vendedor de fruta disse que me dava um melão se eu me casasse com ele.
Gosto mais de melancia. E vim-me embora solteira.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

ready, set & go

Vocês não estão bem a ver a cena - eu já fui uma mocinha calma, dessas que nem gostam muito de sair e evitam qualquer sítio onde seja provável encontrar mais do que três pessoas. Já fui, repito.

Depois, o sunset chegou à minha praia e eu nunca mais fui a mesma; passo o ano - juro, passo mesmo o ano - a falar disto e já de lá saio a jurar a pés juntos que hei de voltar no próximo. E é por isso, alforrecas, e eu juro que já nem sei quantas vezes publiquei este vídeo aqui, que eu estou oficialmente em contagem decrescente para aqueles meus dois dias de felicidade anual. 

mi aguardem, vai

Este blog está mais parado do que a vida sexual de oito sexagenárias obesas, mas tem-me faltado energia para escrever - nunca me esqueço de vocês, alforrecas, mas falta-me a vontade de cá vir.

Talvez um dia destes conte o que ando a fazer com a vida. Talvez não. 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

queridos 20?


CHEGUEEEEEEEI!

(parabenizem-me e dêem-me miminhos porque parece mal estar a deprimir no dia de anos)