domingo, 22 de janeiro de 2017

and i thought it was you

A vantagem de me tornar numa promotora da oriflame, daquelas bem chatas que tentam mostrar as revistas a toda a gente e impingir desodorizantes de pepino e perfumes de esperma de búfalo é que, pelo menos, devia ser presenteada com o betume necessário para conseguir disfarçar os estragos de noites inteiras passadas a chorar - a não ser que na minha outra vida eu tenha sido o hitler, não consigo mesmo entender o que é que eu tenho de tão errado para não merecer ser feliz. E, isso, não há bases nem corretores que consigam tapar: queria algo que fosse bom que não servisse para me deixar ainda pior a seguir. Queria não me sentir tão mal, tão vazia. Tão descartável.

É pedir muito?

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